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Blasfêmia e devoção ao caos na sua forma mais pura
Das profundezas do underground sul-americano, surge Cabra Infernal, entidade profana que canaliza o espírito mais primitivo e devastador do black metal. Com Negros Rituales Para La Cabra Infernal, a banda entrega um culto sonoro de pura adoração ao caos, evocando os sons mais sujos e brutais do metal extremo, onde a selvageria encontra o ritualismo.
Desde os primeiros instantes, o álbum se impõe como uma invocação crua e sem concessões. As guitarras dissonantes e cortantes criam uma muralha de som, sustentadas por uma bateria implacável que oscila entre ataques furiosos e passagens ritualísticas hipnóticas. Os vocais ecoam como gritos de um sacerdote demoníaco, proclamando liturgias obscuras que ressoam como mantras de profanação. A produção é crua e direta, capturando a essência da brutalidade sem polimentos ou artifícios modernos, remetendo à tradição do black metal bestial e primitivo.
O espírito de Negros Rituales Para La Cabra Infernal está alinhado com a violência impiedosa de bandas como Blasphemy, Black Witchery e Proclamation, mantendo a sonoridade na linha do war metal caótico e intransigente. Ao mesmo tempo, sua abordagem ritualística e suas atmosferas carregadas de ocultismo aproximam-no de nomes como Teitanblood, Wrathprayer e Necros Christos.
As letras, todas em espanhol, intensificam a sensação de um culto blasfemo realizado nas sombras, mergulhando o ouvinte em narrativas de sacrifícios, adoração demoníaca e invocações de forças obscuras. A escolha do idioma reforça a identidade sul-americana do projeto, evocando a tradição do metal extremo que emergiu do continente com nomes como Goat Semen, Abhorer e Impurity.
Em um cenário onde o metal extremo muitas vezes se perde em produções excessivamente polidas ou abordagens modernizadas, Cabra Infernal resgata a essência mais suja e primitiva do gênero. Negros Rituales Para La Cabra Infernal não é apenas um álbum, mas uma experiência ritualística e devastadora, feita para aqueles que buscam o verdadeiro espírito do underground, onde a música se torna uma arma e a escuridão, um caminho sem volta.
